Friday, March 05, 2004

Os Rigores dos Valores


A Igreja de Roma(*) condena vigorosamente o aborto. O argumento é o da defesa da vida.
A Igreja de Roma condena vigorosamente a eutanásia. O argumento é o do respeito pela vida.

Quando a Igreja de Roma tenta demonstrar que sempre que se faz um aborto se está a matar um ser humano, enverga o estandarte da defesa da vida.

Fica claro para todos que: Igreja de Roma = Defesa da Vida.

Seria então de esperar que essa Defesa da Vida fosse efectuada de forma vigorosa e incondicional.
Seria de esperar então que a Igreja de Roma fosse frontalmente e inequivocamente contra a pena de morte em qualquer circunstância.

Assim pensam aqueles que acreditam sem pensar.

Para esclarecimento de todos aqui fica um extracto de Evangelium Vitae de João Paulo II, parágrafo 56:

"It is clear that, for these purposes to be achieved, the nature and extent of the punishment must be carefully evaluated and decided upon, and ought not go to the extreme of executing the offender except in cases of absolute necessity: in other words, when it would not be possible otherwise to defend society. Today however, as a result of steady improvements in the organization of the penal system, such cases are very rare, if not practically non-existent."

Concluímos que a Igreja de Roma reconhece ao Estado o direito de retirar a vida a um cidadão desde que o Estado considere que se trata de um caso de extrema necessidade.

A próxima vez que um aderente da Igreja de Roma se colocar no pedestal da Defesa da Vida por causa do aborto ou da eutanásia, está na altura de dizer: O Rei vai Nú.

(*) Aplica-se igualmente a qualquer instituição que partilhe da mesma incoerência de posições que aqui é demonstrada. Sejam elas de esquerda ou direita, do oriente ou ocidente.

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