Aborto
O problema resume-se básicamente a:
1) Existe uma lei que criminaliza em Portugal, uma prática efectuada por mulheres que coloca a sua vida em risco e que é feita de forma clandestina.
2) O fundamento que é subjacente à criminalização desse acto é de origem religiosa, ou advém de preceitos religiosos. Logo do foro privado.
3) A maioria da população está a favor de um referendo para que exista a possibilidade de se poder descriminalizar esse comportamento.
4) Indicadores seguros apontam para um apoio maioritário do povo português à despenalização do aborto.
5) Os representantes da vontade do povo negam essa possibilidade, mantendo a possibilidade de encarcerar uma mulher por uma prática que é condenada pelos preceitos de uma religião.
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Conclusão:
O Estado não é policia de nenhuma religião, nem é sua função utilizar os seus mecanismos coercivos para impor os valores de uma crença.
O Estado não pode invocar o respeito pela vida humana na medida em que o próprio Estado dispõe da vida dos seus cidadãos em tempos de conflito.
Não faz sentido defender a vida de um ser humano em formação, e ignorar a de um ser humano que já sentiu, viveu e experimentou.
É que um deles sente a angústia de perder o que já conhece, o outro não.
Em suma, o Estado não é dono da vida dos seus cidadãos.
O Estado é uma estrutura ao serviço dos cidadão para regular a sua vida em comum.
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Acção:
Toda e qualquer mulher que tenha praticado aborto deverá denunciar-se por forma a ser julgada de acordo com a lei em vigor.
O objectivo é inundar os tribunais com processos relativos a algo que a maioria quer que mude.
Mostrem que não têm medo.
Mesmo que haja um preço a pagar.
Porque se isto porventura acontecesse, quem teria medo seriam aqueles que hoje mesmo negam às mulheres a possibilidade de praticar o aborto sem medo.
Mostre que não vive com medo.
Mostre que não aceita viver sob o estigma da culpa.
Mostre quem manda!
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