Barbaridades
O "encontro" entre Aleister Crowley e Fernando Pessoa tem sido alvo das análises mais pueris que tenho observado.
Há quem goste do culto da personalidade alheia à custa de ser incapaz de cultivar a própria, e nesse sentido olhar para o que aconteceu e tentar entender o que se passou com uma classificação binária (mago=mau/poeta=bom), não faz juz à inteligência de quem exerce a profissão de crítico.
A classificação binária sempre teve esta invulgar capacidade de nos deixar descansados, e sobretudo de não exigir de nós qualquer esforço mental adicional.
Quando se tenta denegrir ou se tenta engrandecer a imagem de uma pessoa, estamos antes de mais a afirmar a forma como reagimos emocionalmente a essa pessoa através do que conhecemos dela.
Se o fazemos sem conhecer nada, a não ser o que ouvimos de terceiros, aí não estamos a ser mais que papagaios.
Isto a propósito de um artigo de Pedro Mexia no DN em que critica um livro editado sobre esse encontro.
O autor de O Dicionário do Diabo é assim mesmo. Levado do Diabo.
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