Friday, February 27, 2004

Barbaridades




O "encontro" entre Aleister Crowley e Fernando Pessoa tem sido alvo das análises mais pueris que tenho observado.

Há quem goste do culto da personalidade alheia à custa de ser incapaz de cultivar a própria, e nesse sentido olhar para o que aconteceu e tentar entender o que se passou com uma classificação binária (mago=mau/poeta=bom), não faz juz à inteligência de quem exerce a profissão de crítico.

A classificação binária sempre teve esta invulgar capacidade de nos deixar descansados, e sobretudo de não exigir de nós qualquer esforço mental adicional.

Quando se tenta denegrir ou se tenta engrandecer a imagem de uma pessoa, estamos antes de mais a afirmar a forma como reagimos emocionalmente a essa pessoa através do que conhecemos dela.

Se o fazemos sem conhecer nada, a não ser o que ouvimos de terceiros, aí não estamos a ser mais que papagaios.

Isto a propósito de um artigo de Pedro Mexia no DN em que critica um livro editado sobre esse encontro.

O autor de O Dicionário do Diabo é assim mesmo. Levado do Diabo.


0 Comments:

Post a Comment

<< Home