Thursday, October 16, 2003

É uma questão de Tempo


Este país, provavelmente à excepção do Brasil, é o melhor país do mundo para se viver.

Mesmo não levando em conta a excelente comida as praias e o clima, este país possui algo de inestimável que o diferencia do resto da Europa: um grau de surrealidade que se caracteriza por tornar concreto o sonho mais remoto.

Para os portugueses Bragança é mais uma pacata cidade no distrito mais esquecido deste país e aquele ao qual associam a ideia de menor desenvolvimento. Além do mais é a tipica cidade onde as tradições, hábitos e costumes mais resistem aos ventos da modernidade.

Nessa cidade vivem pacatas pessoas que têm uma vida da mais perfeita normalidade: trabalho e familia.

No meio desta aterradora normalidade, chega a mais perturbadora das forças: SEXO.

Sob a forma de jovens brasileiras sedutoras, bonitas e mais abertas, os homens de Bragança e arredores têm pela primeira vez contacto (alguns pelo menos) com a força devastadora "do fogo que tudo devora".

O desequilibrio que os assola é notório. Muitos, nada preparados para lidar com os efeitos psicológicos resultantes do efeito de prazer intenso, abandonam familias, gastam todo o dinheiro que têm e muito provavelmente passam a olhar as suas próprias mulheres com outros olhos.

Estas refugiam-se no único papel para o qual acham que servem: o de mães.

Redigem um manifesto sob a forma de um abaixo assinado onde básicamente pretendem que os seus maridos sejam impedidos pelas forças da Lei de frequentar as casas onde se aquecem no "fogo divino".

A falta de dignidade demonstrada pelas signatárias do manifesto é evidente.
Cada assinatura no manifesto corresponde ao ridiculo e pungente apelo:
"Ajudem-me! Não deixem que me ponham os cornos!"

Se para essas senhoras é tão importante a fidelidade dos maridos, porque motivo não pedem o divórcio com justa causa e resolvem o problema?

Existe, no entanto, esperança.

Corre o boato que uma das originais mães de Bragança, signatária do abaixo-assinado, caiu em si (adoro esta expressão) e após meditar sobre o assunto dirigiu-se a um dos bares onde trabalham as jovens brasileiras.

Consta que, envergonhada, lhes pediu que lhe ensinassem tudo o que era necessário para manter o seu homem feliz.

Ao que se sabe, e ao fim de três semanas, o seu marido deixou de ir aos bares e ela passou a exibir o mais radioso sorriso de Bragança.

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