Thursday, May 22, 2003

Penso, logo doi

O campo mais delicado de todos é o campo da mente.
Tentar analisá-la, apercebermo-nos das suas tendências e forma de funcionar parece-nos uma tarefa dantesca.
Estou a falar da mente de cada um de nós não de uma definição abstracta.

A razão é muito simples, nós achamos que somos o nosso próprio pensamento. Ou seja, identificamo-nos com o nosso próprio pensamento.
Descartes disse "Penso. Logo existo" que básicamente exprime essa identidade.

Se assim é então tentem sentar-se durante 5 minutos e permanecer concentrados numa única ideia durante esse mesmo tempo.
Se cada um de nós é os seus próprios pensamentos então será possivel impormos sobre eles disciplina, isto é obediência à nossa Vontade.

No entanto não é isso que sucede. Os pensamentos surgem em catadupa, desviam-se da disciplina imposta, insinuam-se multiplicam-se em suma mostram-se estranhos a nós próprios.

Ou seja nós não somos os nossos pensamentos. Os pensamentos são apenas uma secreção do cérebro.

Então o que somos nós?

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